sábado, 1 de fevereiro de 2014

O DESPERTAR DA GRAÇA


Prefácio do Editor



VIVEMOS EM UM MUNDO DE MUDANÇAS CONSTANTES. Talvez nenhuma era da história tenha assistido a tantas mudanças dramáticas em um período de tempo tão curto como acontece agora. A liberdade nasceu na Europa oriental e na ex-União Soviética; acontecimentos sociais e políticos na Palestina e na Europa central estão mudando o panorama do mundo. Como resultado, testemunhamos uma enorme explosão de interesse em assuntos espirituais por todos os segmentos da sociedade. Atualmente, a fé cristã está passando por um dos períodos de maior crescimento da era moderna.




Quando do lançamento do livro O despertar da graça, em 1990 (nos Estados Unidos), Charles Swindoll queria abordar a questão dos “assassinos da graça” pessoas que restringiam e limitavam o potencial dinâmico da vida cristã. Entre os mais visíveis e perigosos, estão aqueles que criticam, condenam e esmagam nossas esperanças de uma vida feliz. Chuck advertiu que o legalismo na igreja — escondido por trás da máscara da ortodoxia ou da espiritualidade — estava roubando a felicidade dos crentes e mantendo a fé refém. Naquele momento, o que precisávamos era um despertamento. Poucos dias depois do lançamento do livro, as respostas começaram a chegar aos montes à editora. Cartas, cartões e resenhas de pastores, professores e outros cristãos agradecidos, vindos de todas as partes dos Estados Unidos. Alguns diziam ter-se sentido aprisionados em sua fé até reconhecerem sua própria necessidade de um “despertar da graça”. De repente, entenderam a realidade da regeneração que Cristo desejava a todos nós. Se somos “nova criação em Cristo”, perguntavam eles, por que não estamos nos alegrando mais e nos preocupando menos? Infelizmente, alguns líderes cristãos haviam se cansado das investidas, perderam a batalha e pediram demissão da posição que um dia ocuparam.



Charles Swindoll destaca que Paulo nos oferece a perspectiva correta em sua carta à igreja de Éfeso, quando o apóstolo diz:  “vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2:8-9). A maioria adota rapidamente uma salvação baseada na graça, mas, pergunta o autor, com que freqüência caímos na armadilha de uma vida cristã baseada em obras? E quão habitualmente trocamos a liberdade e a espontaneidade de nossa caminhada de fé por um código feito por homens, repleto de permissões e proibições?



Nada asfixia mais a fé, insiste o autor, do que a carranca do legalismo, que traz consigo um espírito de crítica e julgamento. Em diversas ocasiões desde que este livro foi lançado, Charles Swindoll tem sido abordado por pessoas totalmente estranhas para ouvir a história das transformações individuais feitas pelo despertar da graça. Um desses encontros aconteceu em um aeroporto, quando uma mulher se levantou e perguntou se por acaso ele era o autor do “melhor livro que já li sobre a graça” (suas palavras exatas). Depois de se terem apresentado formalmente, ela lhe contou como não apenas sua vida fora transformada, mas a mudança gerada na vida de todos os membros de sua família. Seu marido era pastor de uma igreja extremamente legalista, de uma denominação conhecida por sua rigidez e seu espírito de julgamento. De fato, ele fora criado e educado nesse tipo de atmosfera religiosa sufocante e exigente. Era tudo o que ele conhecia.



Listas de desempenho eram comuns, por meio das quais os líderes expressavam o que se esperava de todos aqueles que desejavam agradar a Deus. A pressão foi-se acumulando, especialmente na casa daquele pastor.

Não apenas os fi lhos adolescentes começaram a se rebelar, mas a própria esposa do pastor se desencantou com todo aquele sistema de “teologia das obras”. Em vez de ensinar a Palavra de Deus com graça e atenção, seu marido — e todos aqueles que assumiam o púlpito de sua igreja — molestavam e ameaçavam o rebanho.



Ela fi cou deprimida, sem esperança de ver uma mudança e sem saber como escapar daquilo. Foi então que encontrou o livro O despertar da graça, que ela “devorou em alguns dias”, muito embora não estivesse entre os livros aprovados por sua denominação.



Ao observar o retorno do entusiasmo e da alegria da esposa, o marido foi levado a também ler o livro. Antes de terminá-lo, começou a ver quão mal orientado e enganado ele fora. Teve então a coragem de vir a público e admitir, do púlpito, que um despertar da graça o fi zera mudar completamente, e que não poderia mais promover o legalismo, a hipocrisia e a religião sem alegria, uma parte tão fundamental de sua igreja e de sua denominação. O pastor recusou-se a continuar fazendo o papel de um assassino da graça.



Seu pedido de demissão foi recebido com olhares frios; a família foi literalmente desprezada por aqueles seus “amigos da igreja” de tão longa data. Mas aquele homem, sua esposa e até mesmo seus fi lhos adolescentes conhecem agora uma alegria e um alívio em seu inter-relacionamento (e com o Senhor) que jamais pensaram ser possível existir. Sua caminhada cristã, agora baseada na graça, foi literalmente revolucionária. Como diz Swindoll, aquela senhora “irradia uma alegria contagiante. Poucas vezes vi uma pessoa que transpira o amor e a graça de Cristo tão naturalmente, de maneira tão entusiasmada. A graça realmente despertou dentro dela!”.



O mundo prosseguiu em suas mudanças dramáticas desde a publicação do livro. Além das mudanças políticas por todo o planeta, também aconteceram  impressionantes revoluções morais e éticas — um despertar da consciência e do caráter de proporções impressionantes. O cristianismo tem invadido o mundo inteiro.


Testemunhamos movimentos de oração marcados pela confissão aberta de pecado e arrependimento em campi universitários. O derramamento do Espírito tem chamado congregações e até mesmo denominações de volta ao seu primeiro amor por Cristo. Temos testemunhado o nascimento de movimentos voltados ao público masculino e feminino, centralizados em Cristo, que já tocaram centenas de milhares de vidas com admoestação fi rme e ensinamento bíblico sobre a importância de caráter, integridade, fi delidade, além de instruir sobre como enfrentar pressões e de que maneira cumprir suas promessas. Charles Swindoll e sua irmã, Luci Swindoll, fazem parte desses movimentos, não apenas falando nas organizações Promise Keepers e Women of Faith por todos os Estados Unidos, mas por meio do ministério contínuo deste importante livro.



Está claro agora que O despertar da graça foi profético em vários aspectos. Muitos dos sinais de liberdade que o autor descreveu nestas páginas tornaram-se realidade. Essa é a razão do lançamento desta nova edição, refeita e apresentada para outra geração de crentes.



Nossa esperança é que a mensagem atemporal de O despertar da graça possa agora começar a tocar a vida de um grupo totalmente novo de crentes e encorajar homens e mulheres de todos os lugares em sua caminhada de fé.

Muito embora a mensagem deste livro já tenha tido um impacto dramático sobre a maneira de pensarmos sobre a vida cristã, a sabedoria e o conselho contidos nestas páginas são necessários hoje mais do que nunca. Desde o 11 de setembro, os desafios do mundo ao nosso redor são maiores do que nunca, mas a necessidade de cristãos que vivam seu testemunho em liberdade e compaixão é ainda maior.


Paulo escreve em Romanos 12:6 que “temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada” e que cada um deve usá-los “na proporção da sua fé”. De fato, todos nós temos dons, mas a esperança do editor é que este livro nos ajude a ser uma geração de crentes moldados à imagem de Cristo, caminhando ousadamente na liberdade da fé que nosso Senhor desejava. Quando isso ocorre, O despertar da graça é não apenas um livro digno de ser lido, mas uma vida digna de ser vivida.

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