Como você imagina a salvação? Como algo distante e difícil? Pois é exatamente assim que muitos de nós a idealizamos. Como alguma coisa praticamente impossível e inatingível. Lamentável! Sabe quem é o autor dessa ideia? Ele mesmo: Satanás! É sua maligna estratégia dificultar as coisas por um lado, ou banalizá-las por outro lado, apostando sempre nos extremos e atrapalhando a compreensão equilibrada das coisas mais essenciais. Isso mesmo: O adversário da vida não poupa esforços para distorcer qualquer tema vital, essencial e indispensável, como a teologia da salvação, tornando confuso “o que precisamos fazer para ser salvos”. Mais que isso, o que precisamos ser (não apenas fazer) para alcançá-la! Satanás envolve esta questão de vida ou morte em confusão e trevas. Mas não precisamos ficar no tenebroso mundo das dúvidas por ele sugeridas. Para libertar-nos do medo e da incerteza, Deus tornou esse tema tão claro em Sua palavra que, figuradamente, Isaías diz que “os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão.” Isaías 35:8
Mais valioso que tudo
A salvação é, sem dúvida, algo mais valioso que qualquer coisa que possamos imaginar. É uma nova ordem mundial. Um dos meus textos preferidos da Bíblia é o do “final feliz”, em Apocalipse 21 3-4, onde João descreve num misto de admiração e enlevo a glória extraordinária do mundo melhor que Deus mostrou para ele e promete aos que o amam. Leia bem devagar, procurando penetrar profundamente no incrível significado de cada sentença: “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram... E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas.” Apocalipse 21:3-4. As primeiras coisas são passadas! Nossa mente finita, acostumada com o senso de que “tudo o que começa tem fim também”, não consegue alcançar sequer um átomo desta realidade nova e fantástica.
Não dá para imaginar algo assim!
Ainda hoje ao abrir um site de notícias deparei com uma imagem chocante de um gigantesco transatlântico de luxo que esbarrou num banco de areia e naufragou, com várias mortes. Notícias de desastres, inundações, secas, crimes, corrupção. As tragédias naturais e provocadas pelo homem enchem os noticiários de ponta a ponta. E enchem também nossas cabeças. Estamos nos acostumando a conviver com o trágico. Há uma semana, vindo de São Paulo, passei por uns seis acidentes, e parei num deles para socorrer um senhor numa caminhonete capotada, todo ensangüentado, com um trauma crânio-encefálico. E a tragédia pode atingir nossa própria vida, nossa família. É um mundo deprimente, apavorante, triste, este em que vivemos. E Deus quer nos dar um mundo de celebração eterna, onde os noticiários não serão manchados por absolutamente nenhuma notícia ruim! Isso mesmo: nenhum vestígio do mal, só o bem, a paz, a alegria. Não dá para imaginar algo assim. Isto, que Deus afirma tratar-se de algo “fiel e verdadeiro”, e mandou que João escrevesse para nós, chama-se SALVAÇÃO. Você a quer para você? Quer mesmo?
Querer é poder?
Diz um ditado popular, de cujo autor não faça a mínima ideia, que “querer é poder”. O que você acha? Basta querer alguma coisa para tê-la? Logicamente não! O querer precisa consubstanciar-se em escolhas e essas escolhas em atitudes. Aí sim, o querer se transformará em poder. Mas estamos falando em salvação. E este é um assunto que foge aos domínios humanos. Pertence a Deus. Ele é o Senhor da vida. Sim, pertence a Ele o poder de curar, transformar e salvar. Ele tem a chave da eternidade. Mas pertence a nós o poder da decisão. O texto seguinte é tão esclarecedor quanto animador: “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.” Apocalipse 22:17. Quem quiser! Eu quero; você quer?
Séculos atrás, no tempo das indulgências, em busca da salvação, as pessoas recorriam a expedientes absurdos, como longas e penosas peregrinações e até autoflagelação. Para salvar-se, achavam que precisavam realizar esforços monumentais e obras meritórias. Satanás colocou na cabeça deles, e ainda engana muita gente hoje com a falsa noção de que precisam fazer algo para merecer o céu.
Senhor: Lembra-te de mim!
Pense no ladrão da cruz. O que ele fez, que boas obras ele praticou, para ser salvo? Nenhuma, e, ao mesmo tempo todas! Como assim, todas? O receber Jesus como Salvador faz parte de um processo iniciado e completado pelo Espírito de Deus. A justiça de Cristo foi-lhe imputada em lugar de sua vida de injustiças e Deus passou a olhar para ele não mais como um ladrão, mas alguém totalmente transformado. Não era mais sua vida indigna que Deus tomou em consideração, mas a dignidade de Jesus, as obras e os méritos de Jesus. É simples assim: Se lhe fosse dada a oportunidade de viver, dali em diante seria um corajoso defensor da fé cristã. É exatamente isto que acontece quando nos arrependemos e convertemos.
Quando Jesus entra, o pecado sai
As boas obras, a obediência à lei, são conseqüência espontânea da salvação e não a causa dela. Entendeu? Por isso Jesus disse: “Pelos frutos os conhecereis”. Satanás faz questão de confundir as pessoas exatamente nesse ponto crítico. Não podemos guardar e lei em nossa debilidade humana, mas, se estamos em Cristo, isto não só se torna possível como um prazer! Só essa obediência é aceitável a Deus – aquela que vem do amor ao Cristo que nos salvou.
É impossível ao salvo por Jesus viver na prática do mal ou ter prazer no mal, assim como é impossível a um perdido praticar o bem autêntico. Jesus e o pecado são incompatíveis. Quando Jesus entra em seu coração, o pecado sai, e quando o pecado entra, Jesus sai!
Para o cristão, a vida vale a pena
Somos salvos unicamente por Cristo, e como resultado do milagre da mudança que ele vai realizando em nós todos os dias (justiça comunicada), brotam desse galho, que somos nós, as preciosas uvas, que representam as obras de obediência. Mas precisamos continuar ligados à videira através da comunhão, oração, estudo da Palavra e testemunho pessoal, para continuar frutificando. É assim a vida cristã: uma vida de ligação com Cristo. Pode haver tropeços, pois a humanidade é fraca, mas aprendemos até com os fracassos, e tornamos a levantar-nos, avançando sempre rumo ao alvo. Por isso, só para o cristão a vida vale a pena, pois o alvo dele é a vida eterna. O não-cristão não pode olhar para além da sepultura. Um final muito triste!
Vamos fazer com que nossa vida valha à pena?
A salvação é primeiro para quem quer, e para quem corresponde ao comovente apelo de Cristo: Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.” Apocalipse 3:20. Observem o “se”. É preciso ouvir a voz de Cristo! Impossível ouvi-la se você deixa que o barulho deste mundo ensurdeça sua sensibilidade espiritual. É o “barulho” que reverbera em nossa cabeça, produzido pela ansiedade dos negócios e o entretenimento dos prazeres, que tomam o tempo e o lugar de Deus. Pare. Compenetre-se. Ore com fervor. Busque-O como nunca. Deus é um grande Cavalheiro, e Ele se retira do coração, do lar, da cidade, do País e do mundo que não O quer. Não força ninguém. Só aceita obediência voluntária. Quer receber-nos como filhos, não como escravos. Se nunca pensamos em Cristo, se não temos tempo para Ele, se oramos às pressas, se nunca testemunhamos da Sua verdade, se não levamos à sério Seus ensinamentos, como podemos querer que permaneça conosco? Como podemos querer ser salvos? Ficará só na vontade, só na intenção! Ele calmamente Se retira.
A mais escura de todas as noites e o mais claro de todos os dias
Assim como os discípulos no caminho de Emaús, peçamos de todo coração: “Senhor, já é tarde, fica conosco!”. Sim, estamos no pôr-do-sol da história. Se andarmos sozinhos agora, seremos surpreendidos pela noite mais escura de todos os tempos. Convidemos a Luz do mundo a habitar em nós enquanto há tempo, para morar em nosso lar, e irradiemos, enquanto possível, essa luz aos que nos rodeiam. O convite continuar a soar, vigoroso e atraente: “QUEM QUISER, VENHA!” E logo em seguida, veremos raiar o mais claro de todos os dias, A MANHÃ DA ETERNIDADE.
Dr. Daniel S. F. Boarim
FONTE: http://www.salvospelagraca.com.br/index.php?area=artigos&id=16
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